Dormir certamente é uma das primeiras coisas que você pensa quando se sente com a energia baixa ou cansado. O estilo de vida agitado, a alta exigência por produtividade que nos faz trabalhar cada vez mais e o ritmo urbano com todos os seus estímulos acaba afetando diretamente a qualidade do nosso sono. Isso interfere diretamente em nossa saúde, pois, enquanto dormimos, nosso cérebro realiza várias funções que ajudam a regular nosso organismo.
O fato é que, muitas vezes, ignoramos a quantidade de consequências a longo prazo que o sono insuficiente como parte da rotina pode causar e seus impactos para a saúde.
Como o sono influencia a maneira como nos comportamos e nos sentimos durante o dia vem sendo estudado há bastante tempo. Mas você sabe como isso acontece?
O que acontece enquanto dormimos?
A falta de informação nos levava a acreditar que nosso cérebro simplesmente apaga enquanto dormimos, mas nesse momento relaxante muitas coisas acontecem no nosso corpo, como por exemplo:
Economizamos energia: o simples fato de estar praticamente imóvel diminui o gasto de energia para cerca de 60 calorias por hora.
Fazemos a manutenção do corpo: durante o sono, o cérebro aproveita para fazer uma limpeza de toxinas acumuladas durante o dia. Um estudo coordenado pela pesquisadora Maiken Nedergaard no Centro Médico da Universidade de Rochester, no Estado de Nova York, indica que algumas células do cérebro encolhem e permite que os fluidos "lavem" o cérebro.
Limpeza da memória: o cérebro tem energia limitada e precisa escolher entre estar atento e estar dormindo, restabelecendo o equilíbrio do nosso organismo.
É enquanto estamos dormindo que o cérebro escolhe quais são as informações importantes para nossa sobrevivência e quais podemos descartar, com o objetivo de liberar lugar para que possamos ter espaço para aprender coisas novas.
No Brasil, dormimos cerca de 1h30 a menos do recomendado, o que nos traz prejuízo na qualidade de vida. Existe um projeto de pesquisa do Instituto do Sono que verifica a qualidade do sono de 10 em 10 anos da população, o Episono, que mostra que 77% da população paulistana tem queixas em relação ao sono, como pesadelos constantes, sonolência diurna, ranger dos dentes e outras coisas que atrapalham muito na qualidade de sono e produtividade durante o dia. Mostra ainda que 45% se queixam de dificuldade para dormir, 15%, de insônia crônica, enquanto 5% de fato tomam remédios para dormir.
Dormir é bom para as defesas do organismo
O sistema imune funciona como uma barreira de defesa do nosso organismo contra as bactérias e vírus que entramos em contato o tempo inteiro através do ar. Caso a imunidade não esteja em sintonia, o sistema é prejudicado e ficamos mais suscetíveis ao contágio de doenças e infecções.
Para manter a sua saúde imunológica em dia, é importante a prática de exercícios físicos, busca por uma alimentação mais saudável e um cuidado especial com seu sono.
O médico Nathaniel Watson, codiretor do Centro de Medicina do Sono da Universidade de Washington, comenta que o resultado de uma de suas pesquisas mostra que “pessoas privadas de sono produzem menos anticorpos quando recebem uma vacina”, tamanho o impacto do sono no sistema imune.
Uma pesquisa europeia comprova o quanto a privação de sono pode afetar nosso sistema imunológico. Entre suas consequências, podemos enfatizar a reprodução anormal dos glóbulos brancos, células de defesa do nosso organismo.
Com as células T prejudicadas, aumentamos as chances de contrair doenças, pois baixamos as paredes de defesas do corpo, facilitando a entrada de vírus e bactérias.
Conclusão
Dormir é permitir que o corpo e mente se harmonizem e possam funcionar de forma adequada. Se você sente dificuldade para dormir ou algum incômodo de qualquer natureza durante o sono, investigue.
Busque ajuda profissional, se necessário. No Brasil, existem alguns centros especializados em medicina do sono. Com a orientação correta, certamente você vai dormir muito melhor.
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